Por mais que nós homens, apregoemos os valores da Liberdade e da Igualdade - na culta e evoluída Sociedade Ocidental - por mais alto que gritemos que somos contra tudo que signifique descriminação e marginalização das mulheres, por mais esforços que façamos para aproveitar os "tempos de antena" disponíveis - quase sempre controlados por homens - para criticar os costumes retrógrados, machistas e às vezes bárbaros de outras sociedades, a verdade é que continuamos a ficar muito mal na "fotografia"...
Para tentar concretizar a minha afirmação, proponho um pequeno exercício:
1- PERANTE DEUS:
a) Quem perdoa os pecados?
b) Quem preside em nome de Deus à união entre o homem e a mulher?
c) quem providencia aos os últimos Sacramentos na hora da morte?
2- PERANTE A FAMÍLIA:
a) Quem é o titular da conta da água, da luz, do telefone, lá em casa?
b) A quem cabe a última palavra nos grandes (e às vezes também nos pequenos...) investimento familiares?
c) Quem é, regra geral, o primeiro titular da conta bancária da família?
3. PERANTE O POVO:
a) Quem constitui a maioria dos nossos Governantes, Deputados e outros "mandantes"?
b) Quem é o Presidente da República?
c) Quem constitui a maioria dos nossos distintos Autarcas?
4. PERANTE A LEI E A ORDEM
a) Quem constitui a maioria dos nosso Juízes e Magistrados ?
b) Quem constitui a maioria dos nossos polícias, militares e equiparados?
c) Por quem é composta maioritariamente a hierarquia destas forças?
Terminado o exercício, deixem-me arriscar uma resposta: Aposto que o resultado deu "homem"...
POIS...
E quando falamos de violência doméstica, quem é na esmagadora maioria o autor e por oposição, a vítima?
E a mesma questão, para os casos de assédio sexual no emprego...
E quando nasce um filho, quem passa menos noites em claro, quem raramente se levanta ("vai lá tu...eu 'tou a dormir")?
E quando ao longo da vida, esse filho fica doente, ou precisa de acompanhamento de proximidade quem é que regra geral não tem hipóteses de faltar ao trabalho?
E querem mais exemplos?
Quando tiverem que preencher um formulário oficial num qualquer serviço público, e chegarem ao espaço onde está escrito filiação experimentem pôr em primeiro lugar o nome da mãe...
Há duas saídas possíveis:
Hipótese 1- (Funcionário prestável e simpático): "Não faz mal, coloque duas setinhas a indicar a troca..."
Hipótese 2 e a mais provável - (Funcionário burocrata e casmurro): "Desculpe mas não aceitamos emendas ou rasuras! Vai ter que preencher outro impresso..."
POIS...
Se considerarmos a burka da mulher nas sociedades islâmicas como um símbolo da sua submissão ao homem, então a burka da mulher ocidental não é um símbolo, é o próprio homem!
PS: Como homem, gostaria de me ver a curto prazo, numa fotografia bem diferente da actual.
E há tantos retoques para fazer...