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A TERRA COMO LIMITE...

UM ESPAÇO ONDE ESCREVEREI SOBRE TUDO, SOBRETUDO, SOBRE TUDO QUE SEJA CAPAZ DE CAPTAR A MINHA ATENÇÃO. UM ESPAÇO ONDE O LIMITE NÃO LIMITA - APENAS DELIMITA.

A TERRA COMO LIMITE...

UM ESPAÇO ONDE ESCREVEREI SOBRE TUDO, SOBRETUDO, SOBRE TUDO QUE SEJA CAPAZ DE CAPTAR A MINHA ATENÇÃO. UM ESPAÇO ONDE O LIMITE NÃO LIMITA - APENAS DELIMITA.

ALGUMAS RAZÕES PARA OS VALONGUENSES NÃO VOTAREM EM SEGURO...

Tinha decidido no recato da minha própria consciência, que não me envolveria nesta guerra entre 'bons' e 'maus' no seio do PS - julgo que não preciso colocar asteriscos nos termos para dizer quem é quem, no dizer dos próprios e dos respectivos apoiantes, obviamente...

 

No entanto, a capacidade humana para encaixar desaforos sem reagir varia muito de pessoa para pessoa e a minha, confesso-o,  já teve melhores dias.

 

Ontem recebi em minha casa nove cartas endereçadas - 3 para mim e as restantes 6 para os restantes 2 membros do meu agregado (em partes iguais). 'Passei-me dos carretos'...

 

Relativamente a duas delas não comento. Apesar de tudo, consigo transigir relativamente ao 'direito' dos dois remetentes a incomodar-me e à minha família: quando nos inscrevemos como simpatizantes não nos salvaguardamos - nem sei se o poderíamos ter feito - relativamente a este previsível incómodo, partilhado solidariamente com o compostor onde costumo colocar o papel a reciclar - este tem alguma tinta e não sei se o deveria ter feito,  porque afinal sempre eram 9 cartas e respectivos envelopes...

 

Mas o que verdadeiramente me incomodou, ou melhor, aquilo que me incomodou mais, foram 3 delas, com remetente de Valongo.

 

Estava há pouco a ouvir na RTPN o Seguro a repetir pela milionésima centésima quinta vez - pelas minhas contas - que "temos de separar a política dos negócios e evitar a promiscuidade entre os dois interesses". Assino por baixo!

 

Como dizia a minha avozinha sempre que eu tentava extorquir-lhe um tostão para comprar rebuçados, desfazendo-me em gentilezas e ofertas de ajuda pouco usuais, "cantas bem mas não me encantas"...

 

Seguro não tem interesses ocultos, nem imagino o seu tapete lá de casa com aparência de esconder das nossas vistas qualquer inconveniente esqueleto. Mas no seu grupo de 'acólitos' há quem use o tapete e tudo o que seja recanto para disfarçar os ditos - desde logo, o remetente das referidas 3 cartas com endereço valonguense!

 

Sobre este assunto, quero dizer a António José Seguro o seguinte:

 

Não vou votar em si no Domingo, não porque o considere corrupto, desonesto ou sequer substancialmente diferente do outro candidato - talvez 'agrida' apenas um pouco mais que a conta a minha inteligência, mas também não seria por isso. E até lamento - estou a ser sincero, lamento mesmo - que se encaminhe para a derrota eleitoral não pelas suas incapacidades ou defeitos mas sobretudo pelas daqueles que o apoiam na linha da frente, nomeadamente aqui em Valongo, que é o caso que melhor conheço. Aliás, se estivessem de boa fé os seus destacados apoiante valonguenses, o melhor serviço que poderiam prestar-lhe teria sido ficarem em silêncio, 'caladinhos que nem ratos' para que não o associassem ao mau trabalho que por aqui vão levando a cabo.

 

António José Seguro, caro amigo,

 

Promiscuidade entre política e negócios é um problema sobre o qual os valonguenses ouvem falar há cerca de 20 anos.

E quando em Setembro do ano passado imaginaram que iria ocorrer pelo menos um pequeno intervalo de 4 anos, eis que os mais ingénuos de entre os muitos que derrotaram os anteriores 'guardadores de esqueletos' rapidamente descobrem que na sua autarquia - aquela onde você meu caro amigo ainda há pouco foi recebido - tudo continua na mesma, ou pior!

 

Você promete coisas para o País que não iria cumprir se um dia fosse primeiro ministro, mas acredito que as promete de boa fé. Aqui em Valongo, o seu mais destacado apoiante prometeu coisas aos valonguenses com uma inicial e muito condenável reserva mental de quem 'já a tinha fisgada'. 

 

E não falo de ânimo leve: 

 

O seu apoiante mais conhecido aqui no burgo, apresentou candidaturas à Câmara e a todas as freguesias, mas por exemplo naquela onde eu resido, Alfena, apresentou um candidato que todos os alfenenses respeitam, um homem sem 'reservas mentais' nem esqueletos escondidos e relativamente ao qual alimentaram muitas expectativas, para em paralelo e de uma forma verdadeiramente lamentável,  estabelecer um 'pacto secreto' com o candidato independente à Junta - que acabou por ser eleito - em troca da 'garantia' deste de o apoiar para a Câmara - se ele fizesse duas coisas: não colocasse 'demasiado vigor' no apoio ao socialista de Alfena e tão importante como isso ou mais, garantisse uma certa 'neutralidade' do Blog mais incómodo do Concelho durante a campanha eleitoral.

 

Não é uma insinuação o que eu estou a fazer, é uma afirmação!

 

Ingenuamente e sem conhecer - ou sequer imaginar - os contornos do miserável 'negócio', embarquei nos apelos a uma 'certa moderação' e como infelizmente para os valonguenses, o que menos me faltava eram motivos para escrever, virei as minhas 'baterias' para o candidato João Paulo Baltazar e para a 'guerra' pela conquista da Câmara.

 

Pois é...

 

A verdade, mau caro amigo António José Seguro, é que a corrupção florescente de Valongo não ficou para trás depois da vitória do seu apoiante mais ilustre por estas bandas. Quando muito, refinou-se um pouco, ficou menos ostensiva:

 

- O arquitecto do Urbanismo condenado no mandato anterior a 3 anos e meio de prisão por corrupção no âmbito da sua actividade na Câmara, por ali continua, como assessor informal do presidente, liderando informalmente também todo o processo de revisão do PDM, onde aliás e ao que dizem, tem trabalhado em 'causa própria' no sentido de obter algumas relevantes capacidades construtivas em terrenos anteriormente 'reservados'.

 

- O fiscal com 'licença de porta aberta' para projectos e que foi também ele condenado num processo disciplinar por corrupção e aguarda como arguido a pronúncia da Justiça relativamente ao mesmo assunto, continua 'na mó de cima' e a fazer autos de contra-ordenação.

 

- A prometida auditoria a toda a actividade da Câmara, afinal ao fim de um ano "não se justifica, porque é cara e provavelmente não iríamos descobrir nada que não saibamos" - José Manuel Ribeiro dixit, in reunião pública de Câmara.

 

- O 'faroeste' urbanístico do nosso Concelho,  tão criticado pelo ex-deputado da Nação e membro da Assembleia Municipal de Valongo e que inspirou tantas e tantas páginas de texto e motivou inúmeras declarações públicas produzidas ao longo dos últimos anos, prossegue de vento em popa, agora com uma boa perspectiva de obtenção de resultados 'palpáveis' através de um contrato de urbanização com o 'merceeiro-mor' de Portugal e arredores. Por via dele, o presidente da Câmara garantirá um encaixe líquido' de pelo menos 16 milhões de Euros - garantirá ao fundo imobiliário NOVIMOVEST/SANTANDER, entenda-se!

O NEGÓCIO situa-se em Alfena, dá pelo nome de 'garimpo' e envolve um testa de ferro que por acaso também é socialista - ou foi - em Matosinhos, familiar de um 'ex-soberano' do referido burgo - e que ao que dizem, também apoia o meu caro amigo. Iniciou-se com a compra de uns 'terrenitos' de área florestal pela módica quantia de 4 milhões de Euros - "isto aqui nem isso vale, pois não dá para construir" - e registados no mesmo dia e no mesmo Cartório Notarial por 20 milhões.

Afinal, vendo melhor a coisa - "olha aqui uma declaraçãozinha da Câmara, que linda..." - isto até pode ser uma Zona Industrial!

 

Pois é, meu caro António José Seguro...

 

Podia relatar-lhe aqui muitos outros e igualmente tristes exemplos protagonizados pelo seu mais ilustre apoiante de Valongo, mas porque já me fartei de escrever sobre eles, vou quedar-me por aqui.

Dá no entanto para perceber porque é que fico intrigado por não o ver rejeitar estes apoios que 'chamuscam'.

 

Como também dizia a minha avozinha, "diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és".

 

E se você 'não é', deveria há muito ter-se demarcado dos que o são!

 

publicado às 10:24

MALES MENORES - A DIFÍL OPÇÃO...

Caros amigos 'costistas' - sobretudo alguns bons amigos de Alfena e arredores:

 

Quero ser intelectualmente honesto convosco e por isso, não vou sequer omitir o facto - aliás já referido por mim em vários outros momentos - de que não acredito em nenhum dos partidos actualmente representados no actual quadro parlamentar - PS incluído, portanto...

As razões do meu descrédito são variadas e são comuns a todos eles, embora como é evidente, sejam mais carregadas relativamente àqueles que ao longo dos últimos 40 anos puderam ajudar a fazer diferente e não fizeram.

 

Também já disse várias vezes que para mim a verdadeira solução para o País passará sempre por 'enterrar' de uma vez por todas esta podre III República e 'partir para outra',  e nessa 'outra' nunca caberia nem António Costa nem António José Seguro.

Desculpem-me, mas seriedade intelectual pressupõe franqueza e vocês merecem-me esse respeito.

 

Mas eu e muitos outros portugueses estamos ainda na tal 'III' que muitos chamam 'das bananas' e temos um dilema pela frente nestas primárias do PS:

Ou aproveitamos a novidade da abertura aos simpatizantes e atrevemo-nos a ajudar a influenciar o resultado final das mesmas ou simplesmente, porque 'não é nada connosco', deixamos que sejam apenas aqueles que pagam quotas - ou que as encontram pagas por desconhecidos mecenas - a resolver a contenda.

 

Não ocorrendo no espaço de tempo que medeia até às eleições legislativas de 2015 a queda do regime caduco que eu gostaria de testemunhar, é quase certo que o próximo primeiro ministro de Portugal sairá do Partido Socialista.

 

E aqui chegado, é tempo de dizer ao que venho:

 

"Que Deus nos livre" - e é apenas uma frase feita bem portuguesa, porque não creio em nenhum ente superior embora respeite todos aqueles que crêem e também não sou de invocar em em vão o nome de qualquer divindade, seja ela cristã, hindu, muçulmana ou qualquer outra sem nela acreditar - que "Deus nos livre", dizia eu, de virmos a ter António José Seguro como primeiro ministro de Portugal!  

 

Por isso, caros amigos 'costistas' agrade-vos ou não a minha franqueza, resolvi hoje inscrever-me - e também à gente cá de casa - como simpatizante, para podermos ajudar a escolher 'o mal menor' - incomensuravelmente menor mesmo - dos dois 'males' em presença.

 

(Foi à pouco mais de 1 hora, na calma pacatez da minha casa, com a ajuda do meu MacBook e das ferramentas que o vosso Partido me disponibilizou).

 

É claro que se a III República não desabar nos próximos anos, vocês e o nosso primeiro ministro António Costa podem sempre surpreender-me pela positiva a partir de 2015, mas nisso eu creio tanto como creio em qualquer divindade...

publicado às 20:45

POR UMA NOVA REPÚBLICA, POR UMA NOVA LEI ELEITORAL...

Com a devida vénia ao Blog 'Estado Sentido':


 

E agora, para acabar com a abstenção, voto obrigatório?

por Nuno Ferreira, em 26.05.14

Nas eleições de Domingo participaram 33,91% dos 9 677 954 convocados, contabilizaram-se 144 832 (4,41%) votos em branco e 100 484 (3,06%) votos nulos. A grande maioria, 6 396 410 (66,09%), não votou, contribuindo, assim, para a maior abstenção desde que há democracia em Portugal. Há a registar ainda o facto de que26,44% dos convocados terem votado em partidos [10,66% (1 032 143) no PS, 9,40%(909 283) na AP, 4,30% (416 102) na CDU, 2,42% (234 516) no MPT, 1,55% (149 546) no BE e 1,89% em outros partidos] e a soma de votos em branco com os votos nulos representar, à data, 7,47% (145 316), isto quer dizer que, para além de ser a quarta força “mais votada”, apenas 1,5% dos portugueses manifestou na urna o seu descontentamento em relação à oferta democrática oriunda dos partidos. É claro que não corroboro com a leitura que dá conta que toda a abstenção (66,09%) é fruto da indiferença pura e dura face ao desenrolar dos acontecimentos aqui e na Europa, haverá, sem dúvida, nesse número redondo uma percentagem de portugueses que demonstrou a sua indignação não votando.  

 

Quem não votou, ou quem votou em branco ou nulo (73,56% dos portugueses) não quis com isso mandar, além de outras, àquela parte a classe política? Não quis com isso dizer que as máquinas partidárias montadas esgotam-se no processo de endeusamento do líder e na gestão eleitoral dos acontecimentos, com vista à conquista ou à conservação do poder legislativo e governativo? Não quis dizer com isso que de representantes livres do Povo eleitor, os deputados nacionais passam a delegados políticos do partido e subordinados a um mandato imperativo desse partido? Não quis com isso dizer que está farto das ameaças à separação de poderes? Não quis dizer com isso que está pelos cabelos com a tentação de controlo da Comunicação Social e da gestão do clientelismo da Administração Pública e, consequentemente, a extensão desta à Sociedade Civil? Não quis dizer com isso que urge fazer avançar a democracia em todas as suas facetas e dimensões? Não quis dizer com isso que é urgente conferir um carácter ético e educativo à participação democrática, faltando apostar seriamente na melhoria da qualidade da oferta de candidatos em que os eleitores possam depositar toda a sua confiança? Não sei se estamos condenados à liberdade ou se as regras que mobilizamos na nossa acção/inacção individual são ou não princípios universais, o que é certo é que decidir não decidir é também - a par de decidir, negar ou afirmar outra decisão - uma forma de decisão. Há sempre bons e maus motivos para decidir e para não decidir, mas ninguém decide, bem ou mal, por nós. Há quem, ainda assim, se queixe sempre das circunstâncias para decidir não decidir, mas, de facto, até ver, a realidade despida de circunstâncias não existe! E as circunstâncias são mais claras hoje. A falta de legitimidade do regime vai ganhando corpo.

 

Estou curioso por saber como reagirá o sistema. Será que levará a bom porto a ideia de que a abstenção combate-se com o voto obrigatório, como acontece em apenas 24 países (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Costa Rica, Equador, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai, República Democrática do Congo, Egipto, Grécia, Líbano, Líbia, Nauru, Tailândia, Bélgica, Austrália, Luxemburgo e Singapura)?  Antes de pensarmos em colocar a carroça da obrigatoriedade do voto à frente dos bois, há que mudar as regras do jogo democrático (leis eleitorais, entenda-se) e criar um meio concorrencial aos partidos que os obrigue a fazer coincidir, internamente, a retórica democrática com a acção, bem como desdobrar-se em esforços para melhorar a qualidade da sua oferta. Com a actual lei eleitoral, não há consequências efectivas para os votos em branco e votos nulos, isto é, o desagrado do votante em relação à oferta democrática não é oficialmente tido nem achado. Até fecharia os olhos ao voto obrigatório só para ver até que ponto a abstenção se transformaria em votos em branco e nulos. Com suficiente honestidade intelectual se conclui que é necessário mudar a lei eleitoral, de forma a incorporar um sistema de listas abertas que permita votar também em pessoas. O deputado nacional, com a lei actual, deve responsabilidades a quem o ordenou na lista, normalmente um grupo constituído por cinco ou seis pessoas, todavia não foi o nosso voto que o ordenou. É triste, mas não votamos em pessoas, e elas, como é óbvio, não sentem responsabilidade alguma perante o eleitorado. Este sistema eleitoral não permite impedir que determinado candidato mal-amado seja eleito, em especial aquele candidato mal-amado que surge nos primeiros lugares da lista. Não é difícil de imaginar como é uma missão impossível, com a actual lei eleitoral, impedir que seja eleito um Palito, ou afim, que apareça como cabeça de lista pelo círculo eleitoral de Alguidares de Baixo. E se queremos votar no último da lista por merecer a nossa confiança, não nos deixam. Há ainda outra coisita que não compreendo muito bem. De facto, um independente não pode ser, como tal, candidato às eleições legislativas, tem de entrar obrigatoriamente no parlamento com a bênção partidária, contudo, paradoxalmente, pode gozar plenamente desse estatuto no exercício do seu mandato, rompendo, por exemplo, com a disciplina de voto parlamentar.

 

Num cenário de défice de legitimidade, vou estar muito atento às reacções no tubo de ensaio democrático, em especial à forma como os partidos irão organizar, desta vez, a hipocrisia. Tenho para mim que fraca é a organização/instituição que não responde favoravelmente a esta ou aquela demanda sem colocar em causa, mesmo quando a coruja dorme, a sua legitimidade. E quando, por razões clientelares, a pressão está ao rubro ou há um défice de legitimidade, então o discurso oficial costuma sofrer um apertado controlo. Veremos. Porém, já deu para perceber que a falta de espelhos e a abundância de inconsistências não é o contexto perfeito na hora de reforçar a legitimidade e procurar obter recursos e apoio onde os há.

 

publicado às 16:39

PORTUGAL PARA ALÉM DOS VOTOS. 'PIRRO' ONTEM GANHOU...

Fico 'danado', pois claro que fico...

 

Embora integrando - juntamente com os restantes membros do meu agregado - o terço do País que ontem votou, a verdade é que os dois terços que não saíram de casa tiveram razões mais que justificadas para a sua atitude aparentemente criticável. Eles representam já um grupo bem alargado e o motivo que está na génese da sua abstenção é suficientemente alarmante para - pelo menos - ajudar a moderar a boçalidade de alguns balanços festivos.

 

De forma (quase) transversal, todos falaram do 'País' que votou e das percentagens desta e daquela força ou grupo político, do prémio dado a este, do castigo infligido àquele ou do aviso dado àqueloutro, esquecendo-se que estavam a falar (apenas) daquela fatiazinha solitária comparativamente com as duas restantes do queijo que ficou em casa. E desta vez, nem foram as praias ou o passeio de Domingo, porque a temperatura e algum vento não eram propícios a isso...

 

Eu e os meus fomos votar, mas confesso que já foi mais por descargo de consciência e para não perdermos o jeito na feitura da cruzinha que o fizemos, porque já não há  pachorra, nem para os que tentam dourar a pílula amarga da derrota nem para os outros que se põem em bicos de pé para apregoar 'vitórias históricas' que não passam de flatulentos balões cor de rosa que não resistirão à primeira alfinetada do 'rei mouro' que seguramente não perderá a oportunidade de explorar esta 'vitória de Pirro'...

 

O País ontem não ganhou nada! Quem ganhou - e não é tão pouco como isso - foram aqueles que a partir de agora passarão a assentar os mais ou menos anafados cus nos caros assentos daquele clube/'saco de gatos' que é esta "União" de alguns ricos e muitos pobres em que a Europa se transformou!

Ao menos no que a mordomias diz respeito - vencimento, pagamento de viagens, direito a gabinete e respectivo 'recheio' material e humano - serão todos iguais. Mas quedar-se-á por aí a igualdade, pois o tom da voz que usarão e o respeito com que se farão ouvir entre os seus "pares", esse terá tudo a ver com as incontornáveis e diferentes realidades que os pariram - uma Europa decadente e desigual, que roubou soberania aos países do Sul e os remeteu de novo à sua condição de escravos.

 

Tal como os velhos "descobridores" nossos avós que ofereciam berloques, penduricalhos e tecidos de cor garrida aos indígenas para se insinuarem e caírem nas suas boas graças, também a clique que domina a Europa que nos prostitui se foi insinuando, oferecendo uns Mercedes aqui, custeando umas obras de fachada acolá ou acenando com umas malas cheias de moedas de ouro reluzente previamente endereçadas aos tubarões da construção civil 'do costume' a troco de umas quantas pistas de alcatrão ligando o atraso de vida a coisa nenhuma e pelas quais continuaremos a pagar gordas rendas por muitos e longos anos, ou de 'mais uma ponte' onde pontes já existem, ou ainda, de 'altas velocidades' para chegarmos sempre atrasados a todos os sítios onde vamos...

 

Portanto, Portugal ontem não ganhou porra nenhuma!

 

Pelo contrário e em resultado das abordagens despudoradas e mais ou menos transversais dos resultados apurados nas urnas, Portugal ontem perdeu um pouco mais da sua já muito abalada dignidade e mais uma vez, com o "relevante" contributo dos seus políticos que lamentavelmente e em cada acto eleitoral que vamos tendo, ajudam a consolidar a tendência crescente para  a descrença na força do voto como forma de resolver o que quer que seja nas nossas vidas.

publicado às 14:16

OS DONOS DA DEMOCRACIA - POR 'UMA TERRA SEM AMOS'...

 

(...)

 

 

Ler artigo completo AQUI


Pois...

 

De cada vez que paro um pouco para reflectir sobre as 'dinâmicas' das máquinas partidárias mais orgulho tenho na minha 't-shirt descaracterizada' que nunca me envergonha.

 

Quem anda na rua a pé ou nos transportes públicos - e sem 'protecção auricular' - já não estranha quando ouve a todo o momento aquela frase (quando a política vem ao caso): "são todos iguais".

 

Quem a profere não usa 't-shirt de marca' - de qualquer marca. Quem assim fala faz parte da maioria dos eleitores deste País que já não se revê no nº. 2 do artº. 10º. da Constituição da República

 

E já esteve mais longe - eu acho - o momento em que a mesma despertará do seu silêncio cúmplice e descobrirá a imensa força que tem.

Nessa altura, o actual sistema descobrirá também e da pior forma possível, isto é, pela força que me cheira que não terá nada a ver com urnas de voto, que já não faz parte da solução - porque ele é o PROBLEMA!

 

publicado às 23:45

PORTUGAL GLORIOSO...

Às vezes só precisamos de estar atentos àquilo que os outros escrevem e quando tal se justifica, citá-los até à exaustão, incomodar, dasassossegar as consciências retirar - ainda que por breves momentos seja - as pessoas do coma induzido pelas manhãs do Goucha e da Cristina, pelas novelas umas a seguir às outras do habitual despique entre os três canais, pelo 'Somos Portugal', pelo 'somos isto, aquilo e também a república das bananas' pela 'casa dos segredos' que há-de vir para substituir aquela que há pouco se foi...

 

António Lobo Antunes escreveu o excelente texto que se segue e por isso mesmo, para que haveria eu de tentar escrever algo idêntico, que haveria sempre de ficar muito àquem da acutilância dele? 

 

O testo:


 

Portugal

visto por  António Lobo Antunes




(Escrito em 2012, mas tão actual...)

 

"Agora sol na rua a fim de me melhorar a disposição, me reconciliar com a vida. Passa uma senhora de saco de compras: não estamos assim tão mal, ainda compramos coisas, que injusto tanta queixa, tanto lamento. Isto é internacional, meu caro, internacional e nós, estúpidos, culpamos logo os governos. Quem nos dá este solzinho, quem é? E de graça. Eles a trabalharem para nós, a trabalharem, a trabalharem e a gente, mal agradecidos, protestamos.

Deixam de ser ministros e a sua vida um horror, suportado em estóico silêncio. Veja-se, por exemplo, o senhor Mexia, o senhor Dias Loureiro, o senhor Jorge Coelho, coitados. Não há um único que não esteja na franja da miséria. Um único. Mais aqueles rapazes generosos, que, não sendo ministros, deram o litro pelo País e só por orgulho não estendem a mão à caridade. O senhor Rui Pedro Soares, os senhores Penedos pai e filho, que isto da bondade as vezes é hereditário, dúzias deles. Tenham o sentido da realidade, portugueses, sejam gratos, sejam honestos, reconheçam o que eles sofreram, o que sofrem. Uns sacrificados, uns Cristos, que pecado feio, a ingratidão. O senhor Vale e Azevedo, outro santo, bem o exprimiu em Londres. O senhor Carlos Cruz, outro santo, bem o explicou em livros. E nós, por pura maldade, teimamos em não entender. Claro que há povos ainda piores do que o nosso: os islandeses, por exemplo, que se atrevem a meter os beneméritos em tribunal. Pelo menos nesse ponto, vá lá, sobra-nos um resto de humanidade, de respeito. Um pozinho de consideração por almas eleitas, que Deus acolherá decerto, com especial ternura, na amplidão imensa do Seu seio. Já o estou a ver.

 

- Senta-te aqui ao meu lado ó Loureiro

- Senta-te aqui ao meu lado ó Duarte Lima

- Senta-te aqui ao meu lado ó Azevedo que é o mínimo que se pode fazer por esses Padres Américos, pela nossa interminável lista de bem-aventurados, banqueiros, coitadinhos, gestores que o céu lhes dê saúde e boa sorte e demais penitentes de coração puro, espíritos de eleição, seguidores escrupulosos do Evangelho. E com a bandeirinha nacional na lapela, os patriotas, e com a arraia miúda no coração. E melhoram-nos obrigando-nos a sacrifícios purificadores, aproximando-nos dos banquetes de bem-aventuranças da Eternidade.

 

As empresas fecham, os desempregados aumentam, os impostos crescem, penhoram casas, automóveis, o ar que respiramos e a maltosa incapaz de enxergar a capacidade purificadora destas medidas. Reformas ridículas, ordenados mínimos irrisórios, subsídios de cacaracá? Talvez. Mas passaremos sem dificuldade o buraco da agulha enquanto os Loureiros todos abdicam, por amor ao próximo, de uma Eternidade feliz. A transcendência deste acto dá-me vontade de ajoelhar à sua frente. Dá-me vontade? Ajoelho à sua frente indigno de lhes desapertar as correias dos sapatos.

 

Vale e Azevedo para os Jerónimos, já!

Loureiro para o Panteão já!

Jorge Coelho para o Mosteiro de Alcobaça, já!

Sócrates para a Torre de Belém, já! A Torre de Belém não, que é tão feia. Para a Batalha.

Fora com o Soldado Desconhecido, o Gama, o Herculano, as criaturas de pacotilha com que os livros de História nos enganaram.

 

Que o Dia de Camões passe a chamar-se Dia de Armando Vara. Haja sentido das proporções, haja espírito de medida, haja respeito. Estátuas equestres para todos, veneração nacional. Esta mania tacanha de perseguir o senhor Oliveira e Costa: libertem-no. Esta pouca vergonha contra os poucos que estão presos, os quase nenhuns que estão presos como provou o senhor Vale e Azevedo, como provou o senhor Carlos Cruz, hedionda perseguição pessoal com fins inconfessáveis. Admitam-no. E voltem a pôr o senhor Dias Loureiro no Conselho de Estado, de onde o obrigaram, por maldade e inveja, a sair. Quero o senhor Mexia no Terreiro do Paço, no lugar D. José que, aliás, era um pateta. Quero outro mártir qualquer, tanto faz, no lugar do Marquês de Pombal, esse tirano. Acabem com a pouca vergonha dos Sindicatos. Acabem com as manifestações, as greves, os protestos, por favor deixem de pecar. Como pedia o doutor João das Regras, olhai, olhai bem, mas vêde. E tereis mais fominha e, em consequência, mais Paraíso. Agradeçam este solzinho. Agradeçam a Linha Branca. Agradeçam a sopa e a peçazita de fruta do jantar. Abaixo o Bem-Estar.

 

Vocês falam em crise mas as actrizes das telenovelas continuam a aumentar o peito: onde é que está a crise, então? Não gostam de olhar aquelas generosas abundâncias que uns violadores de sepulturas, com a alcunha de cirurgiões plásticos, vos oferecem ao olhinho guloso? Não comem carne mas podem comer lábios da grossura de bifes do lombo e transformar as caras das mulheres em tenebrosas máscaras de Carnaval.

 

Para isso já há dinheiro, não é? E vocês a queixarem-se sem vergonha, e vocês cartazes, cortejos, berros. Proíbam-se os lamentos injustos. Não se vendem livros? Mentira. O senhor Rodrigo dos Santos vende e, enquanto vender, o nível da nossa cultura ultrapassa, sem dificuldade, a Academia Francesa. Que queremos? Temos peitos, lábios, literatura e os ministros e os ex-ministros a tomarem conta disto.

 

Sinceramente, sejamos justos, a que mais se pode aspirar? O resto são coisas insignificantes: desemprego, preços a dispararem, não haver com que pagar ao médico e à farmácia, ninharias. Como é que ainda sobram criaturas com a desfaçatez de protestarem? Da mesma forma que os processos importantes em tribunal a indignação há-de, fatalmente, de prescrever. E, magrinhos, magrinhos mas com peitos de litro e beijando-nos uns aos outros com os bifes das bocas seremos, como é nossa obrigação, felizes."

 

(Crónica satírica de António Lobo Antunes, in Visão de Abril 2012)

 

publicado às 13:27

PORTO - DAQUI HOUVE NOME PORTUGAL!

Lisboa continua a ser pelos vistos o enorme e inestético umbigo do País...

Um País de desmandos, de governantes imberbes, de boys pós graduados - ou ante graduados - um País com um Parlamento que dá 'duas voltas' ao Bundestag com uma relação qualidade/custo infinitamente menor que a da Alemanha.

 

Infelizmente o País continua a olhar para o próprio umbigo e a esquecer o resto do corpo numa postura narcisista lamentavelmente partilhada por vastas 'superfícies corporais periféricas' atraídas e fidelizadas pela força do vórtice da nossa desgraça.

 

Não admira pois que, descontados os que escolheram ou não resistiram à atracção fatal do centro do poder iníquo, escasseiem vozes críticas de peso no Norte e sobretudo no Porto.

 

DAQUI HOUVE NOME PORTUGAL e aqui temos de ser capazes de bater o pé ao umbigo, temos de lhe reduzir a 'irrigação sanguínea' excessiva, temos que lhe lembrar que o Porto é também - ou sobretudo - a origem, a inteligência, a cultura, o celeiro, a força braçal!

 

Descontados pois os que daqui se foram atraídos pelo efémero brilho do 'ouro mouro' da capital e que não fazem falta nenhuma, é reconfortante vermos o esforço de Rui Moreira, presidente da Câmara da invicta Cidade, de certa forma na continuação do que já vinha fazendo Rui Rio, batendo o pé aos 'putos' da umbilical contemplação - e também aos 'amanuenses' de Bruxelas - exigindo equidade na distribuição dos fundos estruturais fazendo valer direitos, lembrando que o Porto não é uma sucursal de Lisboa, nem Portugal é uma província ultramarina dos 'Estados Unidos(?) da Europa'.


 

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, reafirmou, esta terça-feira, que, em matéria de fundos comunitários, "esta cidade não se vai calar", voltando a manifestar-se preocupado com a distribuição de fundos para projetos e com os prazos de candidatura.

"A cidade do Porto, em relação a esta questão [candidaturas aos fundos comunitários para o período 2014/2020], não se deve calar", disse o presidente da autarquia do Porto, numa conferência de imprensa.

Rui Moreira respondia, assim às notícias que dão conta de que o comissário europeu para a Política Regional, Johannes Hahn, disse nunca ter havido críticas de Bruxelas a qualquer centralismo de Lisboa sobre eventual discriminação do norte do país nas propostas do Governo para o próximo Quadro Comunitário de Apoio.

"Não aceitamos é que funcionários de Bruxelas tentem atirar areia aos olhos dos portugueses, negando aquilo que eles próprios escreveram", disse o autarca do Porto.

Rui Moreira referia-se ao documento da comissão Europeia - "uma resposta ao acordo de parceria do Estado Português" com o título, em inglês, de "Informal Information about Partnership Agreement for 2014-2020 programming period - Portugal" - que aproveitou para distribuir pelos jornalistas na conferência de imprensa de hoje.

"Basta ler a frase da consideração 46 ['Este projeto de Acordo ainda não tem uma cobertura geográfica clara e equilibrada', diz o documento] para se perceber que temos razões para estar preocupados", disse Rui Moreira.

 

 (...)

 

O autarca acrescentou que a Câmara do Porto entende que "as cidades devem ter um envolvimento mais ativo" nesta questão.

"Entendemos que na medida em que o Governo diz, tal como a União Europeia, que chegou o tempo das cidades serem territórios competitivos, as cidades devem então ter um papel ativo na discussão da alocação de fundos e daquilo que são os programas comunitários", referiu.

Rui Moreira negou já ter tido uma reunião com o secretário de Estado sobre esta matéria. "Eu tive uma reunião, em dezembro, aqui na CCDR-N [Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Norte] mas sobre o atual quadro comunitário de apoio, nomeadamente por causa do Morro da Sé e de outros projetos importantes para a região Norte", garantiu o autarca, voltando a frisar que em matéria de preocupações até gostaria de estar "enganado".

"Não temos mais indicações. A única que tivemos foi a de que as nossas preocupações não tinham razão de ser. Infelizmente têm razão de ser. Gostaríamos imenso de estar enganado neste caso", acrescentou.

JN, 28Jan2014


 

 

 

(...)  Mas, uma vez que agora passa a ter verbas do FSE e não apenas do Feder, faz sentido falar nesse ganho?


Mesmo assim há um crescimento de quase 300 milhões. E o FSE vem para a região. Um eixo que no anterior POR teve cerca de 700 milhões vai ter agora quase dois mil milhões. Mais do que triplica. A aposta na competitividade e internacionalização agora tem, pela primeira vez, um instrumento financeiro poderosíssimo ao seu dispor. A Mobilidade vai ter cerca de 100 milhões de euros. Vingou o conceito de the last mile [a milha final]. Convencemos a CE de que há alguns nós de interesse empresarial que estão a um detalhe de nós rodoviários principais. Ou seja, não vou poder lançar concursos para estradas, mas poderei lança-los para vias que cosam pequenos nós de parques empresariais e de parques científicos que estão a um ou dois quilómetros, que custam 30 minutos a fazer, de nós principais. Se visitarem o fantástico porto logístico Porto Seco de Valongo, reparem que umas centenas de camiões diários ainda têm 200 metros de troço em paralelo com casas de um lado e de outro. Com as CREP, a A41, a A42 tudo ali ao lado. Depois, a intervenção na regeneração urbana continuará a ser alta, embora tenha aqui uma parte no POR e uma grande parte no programa temático da sustentabilidade nas regiões de convergência. Agora, os municípios têm zonas em que fazem melhor do que qualquer outra entidade e vão continuar a trabalhar connosco. Desde logo na questão da competitividade. A lógica dos municípios vai ter de mudar – ela já está mudada, na realidade. Hoje os municípios preocupam-se mais em captar investimento do que noutra coisa qualquer.

(...)

Extracto de uma extensa entrevista do presidente da CCDR-N ao Jornal PÚBLICO em 13Jan2014 (o sublinhado é meu)

publicado às 17:24

PARAFRASEANDO ARY DOS SANTOS - "ROUBADO E CASTRADO NÃO"!

Hoje apetece-me, vá-se lá saber porquê, falar de promessas...


in: Dicionário Priberam


As faces e os reversos da mesma moeda:

Face 1:

 

"O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, garantiu hoje que, se ganhar as eleições, "não vai mexer nas taxas de IVA" e que pretende recolher mais dinheiro dos impostos "alargando a base". "Eu já tive ocasião de dizer que o PSD, e eu próprio, não vamos mexer naquilo que são as taxas de IVA que estão previstas, nomeadamente no acordo que foi estabelecido com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional. Nós vamos ter de recolher mais dinheiro dos impostos alargando a base, que não aumentando ou agravando as taxas do imposto", disse."

Passos Coelho falava numa acção de campanha em Valença do Minho, durante a qual ouviu as preocupações dos comerciantes e dos autarcas locais sobre a disparidade já existente entre o IVA em Portugal e em Espanha." 

(...)

in: Expresso - 16-Agosto-2011

 

Reverso 1:

(...)

Lembra-se desta promessa Dr. Passos Coelho? Tem a certeza?

 O que fez esta semana relativamente à subida de taxa do IVA de dois bens como a electricidade e o gás natural da taxa mínima (6%) para a taxa máxima (23%) provocando um aumento nas despesas mensais das famílias portuguesas (que se traduz num acréscimo de 12,75 euros à factura para uma família com consumo de 50 euros mensais de electricidade e 25 euros de gás natural) é um roubo. Repito: UM VERDADEIRO ROUBO!

(...)

(No mesmo Jornal e na mesma data)

Face 2: 

Pedro Passos Coelho, ex-candidato à liderança do PSD, considerou hoje em Braga que os políticos "recebem porcaria de volta dos cidadãos quando se lhes dirigem com falta de respeito e com promessas não-cumpridas".

"Se lhes transmitirmos credibilidade os portugueses compreendem, se lhes falarmos sem verdade e com falta de respeito, eles compreendem que estamos a ser batoteiros e em Portugal já temos um Estado batoteiro", afirmou. O dirigente partidário falava no Bom Jesus de Braga sobre "Jovens e Política" durante uma conferência organizada pela JSD local, uma espécie de "universidade de verão" para os militantes.

Pedro Passos Coelho considerou que, na política portuguesa, tem de acabar a situação de os poderes públicos darem emprego aos amigos em vez de optarem pela qualidade técnicas daqueles que escolhem para os cargos. Abordando um recente estudo encomendado pelo Presidente da República, Cavaco Silva, sobre a participação dos jovens na política, Passos Coelho disse que os dados revelados sobre o afastamento dos jovens "não são diferentes dos de Espanha, França ou mesmo de quase todo o mundo ocidental".

O social-democrata disse que "é preciso atacar as causas" desse afastamento, entre as quais destacou o facto de, muitas vezes, ainda se "confundir rituais democráticos e democracia". "Vemos isso acontecer em países de África ou da Ásia, mas, mesmo em democracias ocidentais, há, por vezes, mais ritual do que democracia", acentuou.

(...)

in: Público - 5-Julho-2008

 

Reverso 2:

 

O próprio, isto é, Pedro Passos Coelho!

 

Face 3:

Foi colocado no youtube há pouco mais de uma semana e já foi visto por mais de 320 mil pessoas. Estamos a falar de um vídeo com declarações feitas por Passos Coelho em 2010 e 2011 e que foram contrariadas pelo próprio depois de ter sido eleito primeiro-ministro.

Não ao aumento de impostos, não ao corte das pensões mais baixas, sim ao aumento do corte na despesa do Estado... Estas foram algumas das ideias ditas e reditas por Passos Coelho em 2010 e 2011 antes de ser eleito primeiro-ministro. E que não foram cumpridas por Passos Coelho primeiro-ministro.

Os autores do blogue Aventar decidiram agora compilar por ordem cronológica as declarações feitas pelo presidente do PSD.

Relembre então as convicções de Passos Coelho.

In: DN - 24 de Outubro de 2011

 

Reverso 3:

Algumas centenas de pessoas receberam hoje em protesto, em Coimbra, Pedro Passos Coelho, que se deslocou à cidade no âmbito da sua candidatura à liderança do PSD, para exigirem a continuidade das obras do projecto do Metro Mondego (MM).

Os manifestantes gritavam palavras de ordem como "queremos o metro" e exibiam cartazes em que se lia "senhor primeiro-ministro, honre o que prometeu na campanha eleitoral" ou "senhor ministro, mostre que é um homem de palavra, termine a obra".

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, deslocou-se ao final da tarde a Coimbra para participar numa reunião fechada a jornalistas, com militantes do seu partido, depois de ter estado presente num encontro idêntico no Fundão, igualmente no âmbito da sua recandidatura a presidente dos sociais-democratas.

Questionado pelos jornalistas, Passos Coelho escusou-se a comentar a manifestação e a responder a quaisquer outras perguntas, dirigindo-se para a sala onde está reunido, nas instalações do Instituto Português da Juventude.

(...)

In: SOL - 19-Jan-2014

 

Reverso 4:

(...)

O discurso do poder hoje assenta num rito de passagem. Estamos em 2014, o nosso ano da “libertação do resgate”, o nosso 1640, o ano em que a troika se vai embora. Este é o tempo, que culmina com um rito de passagem, porque o momento lustral de recuperação da “soberania” tem data. Por isso, acentua-se o momento da “passagem”, para festejar um resultado e anunciar uma nova aurora. É tudo ficção, porque não há nenhuma mudança substancial a ocorrer em Maio de 2014, vamos continuar presos àquilo a que já estamos presos, seja pela troika, seja pelo direito de veto de Bruxelas aos Orçamentos, seja pelo Pacto Orçamental, mas é uma ficção útil, instrumental. Festejemos.

 

Para que é que serve este tempo até Maio? Para nos dizer que até lá temos que aceitar tudo, em particular esse Orçamento e as suas sucessivas revisões, cujo conteúdo miraculosamente não entra no discurso oficial, a não ser como o “instrumento necessário” para o fim do resgate, ou seja, uma coisa neutra e menor. Discute-se e fala-se muito de uma coisa etérea, os “sinais da retoma”, e quase nada sobre uma coisa dura e sólida, o Orçamento que aumenta e muito a austeridade para 2014. Quando vejo alguém centrar o seu discurso nos “sinais da retoma” já sei ao que vem, e já sei aquilo de que não vai falar.

 

A natureza do Orçamento e o que ele nos diz sobre o que se passou nestes últimos dois anos e o que se vai passar neste ano de 2014 e no futuro são deixados em silêncio. E silêncio porque não encaixa no tom congratulatório que tão útil vai ser para as eleições europeias e as legislativas. Aliás, o silêncio sobre as motivações eleitorais que já estão presentes na política do Governo é uma das grandes debilidades da análise presa ao discurso do poder. Passos e Portas e, de modo diferente, Cavaco pensam e muito nas eleições de 2014 e 2015, primeiro para as desvalorizar e assegurar que vão ser inócuas quanto ao “ajustamento”, ou seja, não servem para mudar políticas, depois para favorecer os partidos mais fiáveis para esse objectivo, o PSD e o CDS, e o PS de arreata. O discurso sobre o “compromisso” tem igualmente o objectivo de levar o PS a coonestar a interpretação governamental e presidencial do “ajustamento” e torná-lo inócuo como factor de mudança em eleições.

 

Depois de Maio, o discurso vai mudar. Vai-nos ser explicado, a todo o momento, “que a austeridade” não pode acabar”. Findos os festejos, ver-se-á se há ou não plano cautelar. A inexistência de uma discussão séria sobre um possível plano cautelar, cujo conteúdo se ignora, é um bom exemplo de como não há verdadeiro debate democrático no nosso espaço público. Se o plano cautelar for para um ano, como disse Passos Coelho, ele terá a natureza de uma continuidade da presença da troika por outra forma, e atirará para quem governar em 2015 decisões que este Governo pretende cuidadosamente evitar em ano eleitoral. Se for a mais longo prazo, disfarçado ou às claras, há que exigir que vá a votos, coisa de que ninguém fala ou quer e percebe-se porquê.

 

Reverso 5:

 

 

 

 

 

 

 

publicado às 22:05

UM 'VITINHO' COM ALGUNS EX-'ISTA' NO CURRÍCULO...


A 'manada' começa a alargar: João César das Neves, Medina Carreira, Miguel Beleza, agora o Vitinho Moreira, são a prova provada de que nem o governo, nem sequer a direita no sentido mais abrangente do termo, detêm o exclusivo da crassa estupidez.

 

Há quem se costume curvar de forma quase reverente  perante o termo 'constitucionalista'. Vital Moreira, sem o pretender obviamente, só vem demonstrar que este 'ista' como tantos outros pomposamente invocados ou atribuídos, não passa de pechisbeque, não merecendo por isso qualquer reverência.

 

Vital Moreira podia até, contestar as regras de formação das pensões de reforma, podia achar que fazia mais sentido um escalonamento diferente, acrescido de eventuais tectos máximos a partir dos quais, eventuais reforços teriam de ser feitos por iniciativa de cada um, sendo certo que essa decisão acarretaria  obviamente enormes prejuízos na arrecadação das contribuições durante o período de formação das pensões.

 

Agora o que não faz sentido, nem faz juz ao 'ista' que pomposamente alguns lhe atribuem e ele agradece, para classificar os seus conhecimentos relativamente à Lei Fundamental, é achar que se pode fazer impunemente aquilo que ontem foi classificado pelo Tribunal Constitucional - e por UNANIMIDADE - como um ROUBO!

Pegar num CONTRATO com regras definidas, com valores calculados de acordo com uma fórmula que nem de perto nem de longe se pode considerar como sendo demasiado solidária e que está presente na altura em que o CONTRATO é executado - o momento da reforma - e manipulá-lo de forma grosseira como o governo o pretendia fazer só podia ter este fim inglório.

 

Vital Moreira é aliás, portador de vários 'istas', todos eles com muitas 'aspas' e sempre antecedidos de um bem visível 'ex': ex-comunista, ex-socialista, ex-constitucionalista - sim, depois desta tirada, só pode ser! - para que lhe atribuamos demasiada importância. Ele não passa de um produto 'adulterado' ou 'contrafeito' independentemente do brilho da etiqueta que ostenta. É mais um elemento a somar ao bando dos 'puxa-saco' do governo, para usar uma expressão brasileira, que por aí pululam quais infestantes renitentes, a incomodar, a poluir e a pedir uma boa desinfestação!

publicado às 16:21

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