ALGUMAS RAZÕES PARA OS VALONGUENSES NÃO VOTAREM EM SEGURO...
Tinha decidido no recato da minha própria consciência, que não me envolveria nesta guerra entre 'bons' e 'maus' no seio do PS - julgo que não preciso colocar asteriscos nos termos para dizer quem é quem, no dizer dos próprios e dos respectivos apoiantes, obviamente...
No entanto, a capacidade humana para encaixar desaforos sem reagir varia muito de pessoa para pessoa e a minha, confesso-o, já teve melhores dias.
Ontem recebi em minha casa nove cartas endereçadas - 3 para mim e as restantes 6 para os restantes 2 membros do meu agregado (em partes iguais). 'Passei-me dos carretos'...
Relativamente a duas delas não comento. Apesar de tudo, consigo transigir relativamente ao 'direito' dos dois remetentes a incomodar-me e à minha família: quando nos inscrevemos como simpatizantes não nos salvaguardamos - nem sei se o poderíamos ter feito - relativamente a este previsível incómodo, partilhado solidariamente com o compostor onde costumo colocar o papel a reciclar - este tem alguma tinta e não sei se o deveria ter feito, porque afinal sempre eram 9 cartas e respectivos envelopes...
Mas o que verdadeiramente me incomodou, ou melhor, aquilo que me incomodou mais, foram 3 delas, com remetente de Valongo.
Estava há pouco a ouvir na RTPN o Seguro a repetir pela milionésima centésima quinta vez - pelas minhas contas - que "temos de separar a política dos negócios e evitar a promiscuidade entre os dois interesses". Assino por baixo!
Como dizia a minha avozinha sempre que eu tentava extorquir-lhe um tostão para comprar rebuçados, desfazendo-me em gentilezas e ofertas de ajuda pouco usuais, "cantas bem mas não me encantas"...
Seguro não tem interesses ocultos, nem imagino o seu tapete lá de casa com aparência de esconder das nossas vistas qualquer inconveniente esqueleto. Mas no seu grupo de 'acólitos' há quem use o tapete e tudo o que seja recanto para disfarçar os ditos - desde logo, o remetente das referidas 3 cartas com endereço valonguense!
Sobre este assunto, quero dizer a António José Seguro o seguinte:
Não vou votar em si no Domingo, não porque o considere corrupto, desonesto ou sequer substancialmente diferente do outro candidato - talvez 'agrida' apenas um pouco mais que a conta a minha inteligência, mas também não seria por isso. E até lamento - estou a ser sincero, lamento mesmo - que se encaminhe para a derrota eleitoral não pelas suas incapacidades ou defeitos mas sobretudo pelas daqueles que o apoiam na linha da frente, nomeadamente aqui em Valongo, que é o caso que melhor conheço. Aliás, se estivessem de boa fé os seus destacados apoiante valonguenses, o melhor serviço que poderiam prestar-lhe teria sido ficarem em silêncio, 'caladinhos que nem ratos' para que não o associassem ao mau trabalho que por aqui vão levando a cabo.
António José Seguro, caro amigo,
Promiscuidade entre política e negócios é um problema sobre o qual os valonguenses ouvem falar há cerca de 20 anos.
E quando em Setembro do ano passado imaginaram que iria ocorrer pelo menos um pequeno intervalo de 4 anos, eis que os mais ingénuos de entre os muitos que derrotaram os anteriores 'guardadores de esqueletos' rapidamente descobrem que na sua autarquia - aquela onde você meu caro amigo ainda há pouco foi recebido - tudo continua na mesma, ou pior!
Você promete coisas para o País que não iria cumprir se um dia fosse primeiro ministro, mas acredito que as promete de boa fé. Aqui em Valongo, o seu mais destacado apoiante prometeu coisas aos valonguenses com uma inicial e muito condenável reserva mental de quem 'já a tinha fisgada'.
E não falo de ânimo leve:
O seu apoiante mais conhecido aqui no burgo, apresentou candidaturas à Câmara e a todas as freguesias, mas por exemplo naquela onde eu resido, Alfena, apresentou um candidato que todos os alfenenses respeitam, um homem sem 'reservas mentais' nem esqueletos escondidos e relativamente ao qual alimentaram muitas expectativas, para em paralelo e de uma forma verdadeiramente lamentável, estabelecer um 'pacto secreto' com o candidato independente à Junta - que acabou por ser eleito - em troca da 'garantia' deste de o apoiar para a Câmara - se ele fizesse duas coisas: não colocasse 'demasiado vigor' no apoio ao socialista de Alfena e tão importante como isso ou mais, garantisse uma certa 'neutralidade' do Blog mais incómodo do Concelho durante a campanha eleitoral.
Não é uma insinuação o que eu estou a fazer, é uma afirmação!
Ingenuamente e sem conhecer - ou sequer imaginar - os contornos do miserável 'negócio', embarquei nos apelos a uma 'certa moderação' e como infelizmente para os valonguenses, o que menos me faltava eram motivos para escrever, virei as minhas 'baterias' para o candidato João Paulo Baltazar e para a 'guerra' pela conquista da Câmara.
Pois é...
A verdade, mau caro amigo António José Seguro, é que a corrupção florescente de Valongo não ficou para trás depois da vitória do seu apoiante mais ilustre por estas bandas. Quando muito, refinou-se um pouco, ficou menos ostensiva:
- O arquitecto do Urbanismo condenado no mandato anterior a 3 anos e meio de prisão por corrupção no âmbito da sua actividade na Câmara, por ali continua, como assessor informal do presidente, liderando informalmente também todo o processo de revisão do PDM, onde aliás e ao que dizem, tem trabalhado em 'causa própria' no sentido de obter algumas relevantes capacidades construtivas em terrenos anteriormente 'reservados'.
- O fiscal com 'licença de porta aberta' para projectos e que foi também ele condenado num processo disciplinar por corrupção e aguarda como arguido a pronúncia da Justiça relativamente ao mesmo assunto, continua 'na mó de cima' e a fazer autos de contra-ordenação.
- A prometida auditoria a toda a actividade da Câmara, afinal ao fim de um ano "não se justifica, porque é cara e provavelmente não iríamos descobrir nada que não saibamos" - José Manuel Ribeiro dixit, in reunião pública de Câmara.
- O 'faroeste' urbanístico do nosso Concelho, tão criticado pelo ex-deputado da Nação e membro da Assembleia Municipal de Valongo e que inspirou tantas e tantas páginas de texto e motivou inúmeras declarações públicas produzidas ao longo dos últimos anos, prossegue de vento em popa, agora com uma boa perspectiva de obtenção de resultados 'palpáveis' através de um contrato de urbanização com o 'merceeiro-mor' de Portugal e arredores. Por via dele, o presidente da Câmara garantirá um encaixe líquido' de pelo menos 16 milhões de Euros - garantirá ao fundo imobiliário NOVIMOVEST/SANTANDER, entenda-se!
O NEGÓCIO situa-se em Alfena, dá pelo nome de 'garimpo' e envolve um testa de ferro que por acaso também é socialista - ou foi - em Matosinhos, familiar de um 'ex-soberano' do referido burgo - e que ao que dizem, também apoia o meu caro amigo. Iniciou-se com a compra de uns 'terrenitos' de área florestal pela módica quantia de 4 milhões de Euros - "isto aqui nem isso vale, pois não dá para construir" - e registados no mesmo dia e no mesmo Cartório Notarial por 20 milhões.
Afinal, vendo melhor a coisa - "olha aqui uma declaraçãozinha da Câmara, que linda..." - isto até pode ser uma Zona Industrial!
Pois é, meu caro António José Seguro...
Podia relatar-lhe aqui muitos outros e igualmente tristes exemplos protagonizados pelo seu mais ilustre apoiante de Valongo, mas porque já me fartei de escrever sobre eles, vou quedar-me por aqui.
Dá no entanto para perceber porque é que fico intrigado por não o ver rejeitar estes apoios que 'chamuscam'.
Como também dizia a minha avozinha, "diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és".
E se você 'não é', deveria há muito ter-se demarcado dos que o são!