VALONGO - AUTOFLAGELAÇÕES...
Ontem foi dia de reunião pública de Câmara - e também, dia (quase 2 horas pelo menos) de autoflagelação do presidente.
A 'semana santa' ainda está longe, mas mesmo assim José Manuel Ribeiro resolveu brindar os presentes com uma constrangedora sessão de 'vergastadas' em si próprio. Só que ao contrário dos filipinos que preferem o chicote, o presidente optou pela 'versão mitigada', zurzindo-se com as próprias palavras - aquelas de há um ano atrás quando a propósito do contrato com o escritório de advogados de Ricardo Bexiga, nos tentou convencer de que a opção pelos concursos públicos em prejuízo dos ajustes directos, era mesmo uma prática para ficar. Como ontem se viu, não era e o ricochete das palavras de há um ano atrás, foi bem audível nas costas do presidente.
Na tentativa de comover os 5 insensíveis representantes do lado mau do executivo, ele massacrou-nos literalmente a todos com um parecer encomendado ao seu amigo e presidente da CCDR-N, que nos leu 3 vezes para que o entendêssemos bem (!) - um documento feito à medida, sobre o inalienável (quiçá divino) direito de José Manuel Ribeiro a deitar para o caixote do lixo o discurso sobre transparência de há um ano atrás e a renovar através do 'famigerado ajuste directo' de há um ano atrás também, o contrato com o escritório do amigo Ricardo Bexiga.
Depois de a oposição o ter obrigado a enrolar-se nas palavras-chicote de há um ano e lhe ter dito que votaria contra o ponto em discussão e lhe ter sugerido uma alternativa - ajuste directo por 3 meses para lhe dar tempo a organizar o concurso público - chegou a recear-se que ele se atrevesse a ler uma quarta vez o parecer da CCDR-N! Mas não. Caiu em si e pediu um intervalo de meia hora para se recompor e se aconselhar com os restantes companheiros de maioria. Em boa hora o fez, porque isso permitiu que eu e mais uns quantos munícipes mais cansados de ver chover no molhado - lá fora e não só - aproveitássemos para sair de fininho.
Meia hora depois, parece que já quase sem público, o presidente lá regressou à reunião com "a força de sempre" e resolveu forçar a votação da sua proposta de ajuste directo.
Foi obviamente chumbada e por isso, a autoflagelação terá mais sequelas...
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PS: Foi a segunda vez que o assunto foi a reunião de Câmara - depois de ter sido chumbado na reunião anterior - e sem qualquer alteração! E o presidente já deu a entender que o ditado - "não há duas sem três" vai uma vez mais ser confirmado...