VALONGO - DE GEORGE ORWELL...
Sobre o negócio escuro envolvendo os terrenos 'surripiados' aos anteriores proprietários por 'tuta e meia' - afinal, estavam em área REN e 'tuta e meia' era mesmo o valor justo - quero acrescentar ao muito que já escrevi, o seguinte:
Afinal, como logo a seguir - minutos depois da venda, para sermos mais precisos - ´tuta e meia' não era o valor justo, conforme ficou plasmado na escritura seguinte e graças a um documento precioso que apareceu apenas naquele momento.
Em linguagem pura e dura, pode-se portanto afirmar que os proprietários foram ROUBADOS e se não estivéssemos em Portugal, isso seria CRIME.
Mas como se o crime de roubo não bastasse, veio a seguir o crime de enriquecimento ilícito com a apropriação de parte do produto desse roubo pelo conhecido "testa de ferro" do 'criminosos - o grupo NOVIMOVEST/SANTANDER.
E como 'não há dois (crimes) sem três', vem a seguir o não menos grave de todos, o ATENTADO AMBIENTAL consubstanciado no corte de toda a vegetação, na terraplanagem gigantesca que se lhe seguiu, na alteração de cotas, na movimentação de milhares de toneladas de inertes e na passagem 'à clandestinidade' do ribeiro de Junceda, sendo que de tudo isto não se conhece nenhuma acção da Câmara instaurando contra-ordenações, impondo o embargo dos trabalhos cobrando enfim - ao menos isso - pesadas coimas a favor do erário público.
A Chronopost veio logo a seguir para a pequenina parte do ATENTADO que foi destacada através de um processo de excepção ao PDM e lá está.
E talvez porque se sinta só, a Câmara tirou hoje da púcara o coelho há muito prometido da plataforma logística da Jerónimo Martins, que de tão marinado já fede que se farta - a CORRUPÇÃO, evidentemente!
Está agendada para a reunião pública de Câmara - próxima quinta-feira às 15:00 horas - a assinatura de um contrato de Urbanização com a JMR - subsidiária do grupo Jerónimo Martins - e envolvendo ainda a Novimovest.
Nem mais!
José Manuel Ribeiro esquece tudo o que foi denunciado à altura em todos os Jornais e Televisões e que se enconta aliás pendente para apreciação do Ministério Público através de algumas queixas, esquece a omissão de acção da Câmara de Fernando Melo, esquece o favorecimento ilícito, esquece o envolvimento no negócio de técnicos da Câmara ainda ao serviço, esquece o respeito pelos eleitores que determinaram a mudança de poder em Setembro e resolve apresentar a grande (promessa de) vitória que é a de trazer o merceeiro-mor para Alfena a troco da (mirífica) garantia(?) da criação de emprego!
José Manuel Ribeiro começou mal - porque começou pelo fim e quem começa pelo telhado não constrói casa que se veja...
Enquanto não esclarecer todos os crimes que antecedem este contrato, José Manuel Ribeiro está a agir à margem da Lei.
Enquanto não garantir que o dono do terreno é uma entidade de bem, enquanto não assegurar alguma forma de reversão do enriquecimento ilícito em favor do erário público, o presidente de Câmara está a ser igual aos que o antecederam e isso ninguém lhe perdoará!
Já agora, seria interessante que esclarecesse o seguinte:
- Tem alguma procuração do seu colega de Santo Tirso para o representar neste negócio?
- Pode explicar porque estranha transumância é que terrenos de do "Vale do Porco", entre outros, saltam de Água Longa, Santo Tirso, para Sobrado/Campo?
(Só para que saiba, eu tenho as escrituras de compra e também as de venda - que aliás são públicas).
- Como é que se conseguiram 'martelam' os registos matriciais iniciais?
- O seu colega de Santo Tirso sabe disto?
O recorte:
Começam a ser demasiado preocupantes algumas semelhanças de Valongo com a alegoria de George Orwell - a 'Animal Farm' ou o 'Triunfo dos Porcos'...