VALONGO DE 'PERFIL MÍNIMO' - OU O TEMPO DO "SEMPRE EM FESTA"...
Apesar de tantas que têm sido as ocasiões em que localmente me tenho inspirado, vou mesmo assim falar uma vez mais de Valongo do nosso descontentamento e de uma figura que já é quase uma figura típica do subúrbio, um cidadão de cidadania mínima, 'filho político' de José Sócrates, 'enteado político' de José Seguro e 'afilhado político' de Francisco Assis e Maria de Belém.
Porém com um poder de encaixe de tal ordem que aceita com idêntica naturalidade 'patrocínios' de sinal contrário e às vezes até aparentemente antagónicos - obviamente em condições previamente acordadas e desde que as mesmas possam de algum modo ajudar na promoção do culto da imagem e da personalidade que tanto aprecia, ou mesmo traduzir-se em benefícios de tipo mais 'robusto' que também não rejeita...
Uma estranha associação de ideias remete-me para o processo de produção protegida de cogumelos - que também são um fungo - e que no nosso País se situa no período compreendido entre os meses de Outubro e Abril. Por analogia a época de ouro do 'edil de Valongo', porque é dele que estou a falar, situa-se em meses de clima mais ameno e soalheiro, período que está já em curso.
Por estas alturas o nosso 'sempre em festa' desabrocha festivamente e com a ajuda de enxames de pequenos polinizadores voluntários ou avençados lá vai tentando reproduzir à sua volta o estado de vazio total que é aquele em que verdadeiramente consegue destacar-se.
Se "em terra de cegos quem tem um olho é rei", ele que ambiciona reinar sem ter estaleca para a respectiva arte só consegue os seus intentos mantendo a todo o custo os súbditos 'cegos pelo barulho das luzes e surdos pela cacofonia dos desafinados violinos'.
Teremos pois as festas disto daquilo e daqueloutro e vice-versa, as caminhadas solidárias e solitárias, as mesas redondas sobre temas quase sempre quadrados, as oportunidades múltiplas de 'apanhados' previamente negociados com os jornalistas e os fotógrafos do regime, para que o actor principal possa aparecer umas 'setenta e duas vezes e meia' - como aconteceu na 'Festa da Regueifa' - (de frente de perfil, de pé e de cócoras) e o que mais puder servir os intentos de quem vive apenas do brilho efémero das luzes da ribalta.
Como sugere o cartaz da foto anexa, se em 2017 quisermos Mudar Valongo teremos de ser mais exigentes na escolha daqueles em quem delegaremos a nossa governação - nem que para tal tenhamos que importar para o subúrbio o conceito da geringonça nacional!