VALONGO DO NOSSO DESCONTENTAMENTO (actualiz.)
Hoje foi dia de reunião pública de Câmara...
É cada vez mais um acto de pura militância cívica ir a estas reuniões e hoje não podia ser excepção.
90% do tempo foi gasto em 'futebóis (litígio em torno do estádio dos Sonhos - ESC 1936), recusa de apoio financeiro ao Alfenense e assuntos afins'.
Vou começar pelo 'registo de interesses' politicamente incorrecto que já todos conhecem mas eu quero repetir:
Reafirmo que tendo em conta o actual estado de indigência das finanças da Câmara de Valongo e as múltiplas e urgentes carências a que tem de atender, sou frontalmente contra a 'festa e a festança, o financiamento dos futebóis e as actividades afins' de que José Manuel Ribeiro tanto gosta.
Posto isto, tenho abertura mental suficiente para reconhecer que quando a actual Câmara de Valongo financia este tipo de actividades e infra-estruturas desportivas em algumas freguesias, cria inevitavelmente expectativas de sinal contrário noutras onde o vazio de investimentos tem sido quase absoluto e que portanto têm todo o direito a serem atendidas de forma equitativa.
Eu explico melhor...
Se houve dinheiro para os estádios de Valongo, Campo e Sobrado, se há intenção de negociar com o Abílio de Sá o litígio em torno do estádio dos Sonhos com base num pagamento de 300 mil Euros em dinheiro mais dois terrenos em Valongo num valor total superior ou próximo de 1 milhão de Euros, então Alfena nunca perceberá aquilo que José Manuel Ribeiro disse hoje: "a Câmara no momento actual não pode ajudar o Alfenense com 100 mil Euros para a parte que lhe cabe num investimento que candidatou a fundos comunitários e que foram aprovados, num valor de 600 Euros!
(Abro um parêntesis, por uma questão de justiça para com o ESC 1936, para dizer que em boa verdade a Câmara não tenciona coisa nenhuma dar à Imosá os tais 300 mil Euros e mais os dois terrenos!
O que José Manuel Ribeiro tem feito, não é mais do que boicotar deliberadamente qualquer hipótese de acordo com Abílio de Sá:
Dizer que o advogado da referida empresa e o próprio empresário andaram a enganar o executivo anterior e que nunca tiveram intenção de fazer um acordo sério, é tão simplesmente romper unilateral e sub-repticiamente as negociações, para depois poder alegar "estão a ver? Eles é que não querem negociar!". Fecho parêntesis).
Portanto...
Quem pensava que o compadrio e o favorecimento de algumas freguesias em desfavor de outras dos tempos de Fernando Melo tinha acabado com a vitória do projecto MUDAR VALONGO nas eleições de Setembro de 2013 pode começar a interiorizar de forma definitiva - ou pelo menos enquanto José Manuel Ribeiro estiver no poder - que não mudou coisa nenhuma ou se mudou, foi para pior!
Ermesinde continuará a assistir à novela "Câmara de Valongo contra Abílio de Sá - 0-0 ao intervalo" e em risco de ser despejado judicialmente a qualquer momento.
O Alfenense esse, se não quiser perder os tais fundos comunitários de 600 mil Euros terá de procurar outro parceiro que não a Câmara para financiar os tais 100 mil de que terá de dispor.
João Paulo Baltazar até sugeriu uma possibilidade de arranjar os tais 100 mil Euros que a Câmara diz não ter mas tem.
Bastaria ir ao bolo de 135 mil destinados às obras de acabamento interiore no edifício de Faria Sampaio em Ermesinde e que tão contestadas foram na altura em que foram discutidas na Assembleia Municipal, mas como se trata de Alfena, José Manuel Ribeiro assobiou para o ar e chutou para canto - ou pelo menos pareceu-me...
A reunião pública de hoje teve direito à presença de membros da estrutura partidária do PS local.
Espero caros amigos, que tenham saído bem elucidados sobre a qualidade do vosso presidente socialista e sobre a forma atamancada como conduz as reuniões de Câmara e gere os interesses do burgo.
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PS:
Importa lembrar que Alfena não tem 'estádio municipal'. O principal dinamizador desportivo é o ACA (Atlético Clube Alfenense) e o complexo desportivo que possui foi construído com (quase) nenhuns apoios da autarquia.
Mesmo não considerando os 'futebóis e afins' prioritários, é difícil não nos revoltarmos com esta desigualdade de tratamento!