VALONGO DOS 'TRAFICANTES DE URBANISMO'...
Foi uma boa sessão, aquela que ocorreu hoje em Ermesinde, com muito público e intervenções muito vivas - para fazer uma espécie de ponto de situação do período de discussão pública do PDM...
Dois entendimentos distintos (e antagónicos) ficaram patentes desde o início - incluindo a própria intevenção do orador convidado o Professor Manuel Miranda - relativamente ao processo participativo dos cidadãos:
Aqueles que defendem um processo aberto e distribuído ao longo de todo o período do processo de revisão, obviamente mais intenso na fase final, mas com a possibilidade de escrutínio e apresentação de contributos desde o início e depois o chamado 'chapa cinco' que é preferido pela esmagadora maioria dos autarcas deste País e pelas equipas técnicas envolvidas e que se traduz num mais ou menos longo período de incubação semi-secreto em que apenas se admitem os 'contributos' dos iluminados especialistas contratados e pagos a peso de ouro, dos tecnico-burocratas municipais e dos pseudo-decisores eleitos que respondem na maioria dos casos a impulsos externos induzidos pelos 'traficantes de urbanismo' que são uma variante 'menos ilegal' dos traficantes de droga, sendo que uns e outros ganham mais ou menos o mesmo.
Valongo optou desde o início, isto é, desde há cerca de 14 anos, por este último e a Câmara eleita em Setembro passado, podendo embora ter (ainda) mudado alguma coisa, preferiu manter o esquema corrupto herdado e num caso concreto como o do 'garimpo de Alfena' até o agravou, carreando para a fase final da discussão pública o contrato de urbanização com a Novimovest do Banco Santander e a Jerónimo Martins, sendo que esta última entidade tudo indica de que não passará de uma espécie de 'rebenta-minas' - quem esteve na guerra do 'ultramar' sabe do que falo - ao serviço da prevaricadora Novimovest/Santander.
De facto, se o presidente da Câmara acha que vale a pena transformar aquela área em zona industrial, logística ou o que quer que seja, então exproprie os terrenos para esse efeito - começando desde logo, pela área necessária à plataforma da Jerónimo Martins, por forma a impedir a consumação de um acto de corrupção e ao mesmo tempo arrecadar para os depauperados cofres municipais as enormes mais-valias!
O crime - e é de crimes que estamos a falar - tem de deixar de compensar e foi essa a tónica dominante das intervenções do público hoje - com uma única excepção. E foram bem duras e sentidas algumas das intervenções do muito público presente!