VALONGO E A "CÂMARA ESCURA" - LITERALMENTE FALANDO...
Caro Zé Manel (Senhor presidente da Câmara Municipal de Valongo, Excelência) você é mesmo "levado da Breca"!
Nesta que foi a primeira reunião pública de Câmara no novo formato mais de acordo com a sua predilecção pouco transparente - duas "secretas" e duas públicas - resolveu brindar-nos hoje com aquela discussão deprimente em torno da proposta concreta de resolução apresentada pelo vereador Adriano Ribeiro da CDU relacionada com as rendas dos bairros sociais.
A sala cheia de moradores interessados em falar no assunto e você, de "rolha na mão" a mandar calar toda a gente - 'duro é o Regimento mas é o Regimento'...
Eles não estavam errados, o contexto que você lhes proporcionou é que estava!
Mas fez pior: tentou desvalorizar - achincalhar, para ser mais rigoroso - a proposta de resolução apresentada pelo representante da CDU, dizendo por um lado que era ilegal e depois, que caso viesse a ser aprovada seria "pior para as pessoas do que a Lei que entrará em vigor em 1 de Março" (sic)!
É claro que se saiu mal - muito mal mesmo - pois ninguém está a imaginar a CDU a propor uma coisa que seja pior para os cidadãos do que a tal Lei deste governo de 'assaltantes de rua'!
Além do mais, para poder colher algum crédito junto de quem pacientemente o ouvia cá mais atrás, o que deveria ter feito mal recebeu o pedido de agendamento deste ponto por parte do Adriano, era ter incumbido a Vallis Habita e os Serviços de elaborar uma análise comparativa detalhada onde ficasse claro o impacto real da referida Lei na vida concreta das pessoas concretas. E com ela não mão, hoje teria então todo o direito de criticar o Adriano. Foi o que sugeriu - e bem - o seu antecessor João Paulo Baltazar e ficou decidido afinal fazer. Até meados de Fevereiro, sendo que essa análise comparativa deve ser comunicada aos moradores até essa data, por forma a que até ao dia 1 de Março eles possam reagir se for o caso.
Como diz o outro, "não havia necessidade" - de tanta discussão e daquela apresentação árida e completamente desadequada relativamente ao contexto, a cargo da Drª. Luísa Oliveira.
O resto dos assuntos passaram a correr, sem nada de especialmente relevante a emperrar a respectiva aprovação.
No ponto reservado ao Público questionei o presidente sobre os alguns assuntos que escolhi aleatoriamente de entre os muitos que já lhe coloquei noutras ocasiões, mas continuam a 'marinar' na Câmara.
Pela enésima vez, falei dos vários constrangimentos junto aos Restaurantes 'Bibó Porto' e o Teles, para facilitar a localização:
Estacionamento deficiente, estado de degradação em que se encontra o piso da passagem pública pelo meio dos armazéns, que funciona como alternativa a quem pretende retomar a Nacional 105 no sentido Norte sem ter de ir à rotunda da auto-estrada.
Ainda relacionado com aquela zona, referi - pela enésima vez também - as "belas vistas" proporcionadas por aqueles terrenos laterais à rotunda da auto-estrada - um deles propriedade da Câmara - "embelezados" por barracos, terrenos onde por vezes costuma pastar um cavalo esquelético e que dão uma triste imagem a quem entra na cidade de Alfena.
Respondendo da forma 'redonda' habitual, o Zé Manel chutou para canto e prometeu "ver o assunto com o senhor vice-presidente"...
O assunto seguinte referia-se à construção da Unidade de Saúde Familiar de Alfena :
Perguntei sobre o estado actual do protocolo de cedência do terreno por parte do Toninho do Cabo - prestes a caducar, segundo julgo saber. O Zé Manel informou "que questionou o governo através da ARS Norte e está a aguardar uma resposta".
Pois... esperem pelo resultado, caros alfenenses, mas esperem sentados!
Sobre o processo de elevação da Bugiada e Mouriscada (de Sobrado, mas também, ou sobretudo, de Valongo) a Património Imaterial da Unesco:
Segundo consta, devido ao péssimo acompanhamento por parte da Câmara, este processo corre o risco de voltar à 'estaca zero', devido ao alegado abandono do projecto por parte do coordenador.
O Zé Manel garantiu "que não, que está a correr tudo muito bem e mais não sei o quê e não sei que mais", falando ainda, se entendi bem, num novo protocolo com a Universidade do Minho (ou com o professor Manuel Pinho...) e que incluirá ainda o anterior coordenador (?!).
Bem aqui tenho de fazer uma pausa para reformular o termo "mentiroso" - que foi o primeiro que me ocorreu, mas que vendo melhor, pode ofender desnecessariamente a sensibilidade à flor da pele do nosso ilustre 'prefeito'...
Vou por isso adoptar uma formulação mais 'soft' para me referir à "explicação" que me deu:
Concedo-lhe por isso a inversão do ónus da prova, dizendo apenas que "até prova em contrário, você talvez não seja ainda o presidente de Câmara mais mentiroso do País".
Sobre a ruptura do protocolo da AVA - Associação Viver Alfena - com a Plataforma Solidária de Alfena (deixando a "solidariedade" a ser gerida por duas entidades políticas muito pouco solidárias - Câmara e Junta):
Respondeu o Zé Manel que "a AVA comunicou-nos que no âmbito de uma distribuição de alimentos que estava previsto levar a cabo ali não tinha disponibilidade para o fazer e portanto, nós vamos manter a Plataforma vendo com a Associação como vamos fazer (sic) e blá-blá-blá"...
Caro Zé Manel, o que você tem de ver - com o máximo rigor que lhe seja possível e que já vimos que não será muito - é de que forma e sem atropelar a Lei, vai continuar a promover o feudo de Arnaldo Soares em Alfena, através do qual e da forma engenhosa que só ele sabe fazer, ele vai tecendo a rede de favorecimentos mais ou menos lícitos que lhe retribuirão em votos das próximas autárquicas a possibilidade de se sentar na cadeira que você agora ocupa.
Não doure portanto a pílula sobre o teor e a gravidade da carta registada que lhe foi remetida pela presidente da AVA anunciando a ruptura e sobre a qual você não quis hoje falar!
Contar menos que meia verdade - seja sobre que assunto for - é mentir e você hoje conseguiu fazê-lo com os dentes todos...