VALONGO EM VERSÃO CALIMERO...
Valongo não merece!
Depois de 20 anos de desgraça em que apenas fomos famosos ao nível do anedotário do poder local e de frases que incluíam as palavras 'Barca Velha', era expectável que em 2013 Mudar Valongo fosse o 'refrão' mais trauteado pela maioria dos valonguenses.
Parêntesis para explicar melhor os porquês...
(Como deputado municipal e líder do grupo do PS na Assembleia Municipal, José Manuel Ribeiro sabia que o terreno estava mais fértil que nunca e que se não arriscasse nessa altura, talvez tão cedo não voltasse a ter igual oportunidade.
Valongo e os valonguenses estavam até à ponta dos cabelos com os 20 anos de desgraça de um autarca fora de prazo que já não dava duas para a caixa.
Por outro lado também não estava a ser fácil a adaptação do burgo ao perfil do novo presidente que basicamente já o era enquanto vice de um presidente que já há muito tinha deixado de o ser.
Avaliado o terreno, contadas as espingardas do roseiral de Valongo, a jovem promessa tratou de 'fazer a cama' ao fiel jardineiro Afonso Lobão - tomando o canteiro com o recurso a ajudas externas a quem 'vendeu' a intriga caseira que circulava no roseiral em torno do caso dos falsos militantes, das hipotéticas dívidas de campanha do seu camarada e ainda por pagar e da sua nomeação para a Direcção da ARS Norte).
Estavam servidas as 'entradas'...
É claro que o prato principal teve de incluir obrigatoriamente um 'Polvo à Vallis Longus' tão mal amanhado que até o pobre do molusco era deficiente - o Zé Manel apareceu-me com o bicho na saquita do supermercado e nem tinha reparado que tinha um tentáculo a mais e não ficaria nada bem na apresentação.
Cozinheiro escaldado (durante 20 anos) da água fria e do canto da sereia que dela me vinha deveria ter tido medo.
Quem sobe uma vez às cavalitas de alguém, voltará seguramente a usar o mesmo escadote na primeira oportunidade que se lhe proporcione.
Mas ingénuos sempre existiram e continuarão a existir e como diz o Povo, "na primeira quem quer cai, etc., etc.", sendo que no meu caso me quedo pela parte antes dos etc...
José Manuel Ribeiro (a jovem promessa) arrancou a queimar pneus em Outubro de 2013 mas rapidamente se revelou uma promessa falhada, ou pior, um enorme conjunto de promessas falhadas - um flop em linguagem mais popular...
E a acrescentar a todas as 'qualidades negativas' que todos lhe reconhecemos e tal como acontece com todos os detentores de poder com deficit de pensamento estruturado, José Manuel Ribeiro rapidamente deixou claro que não aceitaria que o espelho seu lhe devolvesse a informação de que havia alguém melhor do que ele.
Quem se atreveu a fazê-lo foi avisado - e até mais do que isso... - que "quem semeia ventos (contra o querido líder) colhe tempestades".
Mas o nosso querido líder não é só basófias...
Por vezes exteririza a chamada síndrome bipolar e de quando em vez, muitas vezes até, encarna a 'versão calimero'
Foi o caso de ontem...
Dia de sessão extraordinária da Assembleia Municipal de Valongo, uma sessão convocada basicamente para colmatar a sua grave omissão de auxílio relativamente às Escolas Secundárias de Ermesinde e Valongo.
Fez uma entrada de leão ao recusar-se a integrar o pelotão da frente na discussão do mapeamento da requalificação das Escolas por causa da exigência de uma comparticipação de 7,5% nas obras exigido pelo governo da Nação e ontem saiu de sendeiro ao ver-se obrigado a solicitar tarde e a más horas à Assembleia a aprovação dessa verba. Mais vale tarde que nunca...
Com esta bravata contra o governo do seu Partido, ele conseguiu introduzir insegurança no acordo relativo à requalificação da Escola de Ermesinde e deixou de fora - para já e se calhar por muito tempo - a de Valongo.
Calimero é um papel que lhe assenta relativamente bem e ontem mais uma vez nos comoveu com o seu choro, quase nos afogando com a torrente das suas lágrimas. Os crocodilos também choram...
Assistiram à peça um grupo de professores e alunos da Secundária de Valongo que já haviam estado à tarde na reunião pública de Câmara e que não se comoveram lá muito com a performance do (ainda) presidente da Câmara.
"Fiz tudo o que podia" (para conseguir o financiamento para a requalificação das Escolas) foi a frase mais repetida pelo 'prefeito'.
Mas a mim - e desconfio que à maioria dos presentes - o tudo soou-me a quase nada...
Triste e lamentável, há que reconhecer, é termos acreditado em 2013 em tamanho embuste! Não temos mesmo perdão!