VALONGO FORA DE HORAS...
19:18 horas, algures num estacionamento da Mui Nobre e Invicta Cidade do Porto, aguardando o fim de uma consulta médica de rotina da minha filha, toca o telemóvel:
"(...) boa noite, é a Isabel... da Câmara. Era para saber se estava em casa, porque o motorista vai entregar uns documentos..."
"(...) estou um pouco longe (no Porto) mas daqui a cerca de 1 hora estarei (...)"
"(...) vou então ver se consigo contactar o motorista que acabou de sair. Posso ligar-lhe de novo para confirmar?"
Enquanto aguardo, vou comentando com os meus botões:
"Acabou de sair? Essa é boa! Mas porque carga de água é que alguém tem de presumir que um reformado tem de estar sempre em casa?"
(...)
5 minutos depois:
"(...) é novamente a Isabel... era só para confirmar que o motorista passará então pela sua casa, daqui a uma hora mais ou menos".
Com cerca de 20 minutos de atraso - atravessar a 'Mui Nobre' nem sempre é tão rápido quanto queremos - lá chego a Alfena onde já tenho à minha espera - se calhar ainda sem jantar - o paciente motorista com um volumoso dossier para me entregar - contra a assinatura da prova de entrega...
Entro com uma dúvida a intrigar-me: "será alguma convocatória urgente da Assembleia Municipal"?
Mesmo antes de despir o casaco e tirar o 'tapa-frio' da cabeça, coloco o volumoso envelope em cima da mesa - 860 gramas bem pesados na minha balança de cozinha - abro-o e... surpresa!
Afinal é o conjunto de documentos sobre o "garimpo de Alfena" que requeri há tempos atrás e me foram recusados pela Câmara "mais transparente(!) do País", motivando uma Queixa minha junto da CADA que obrigou a Câmara a cumprir a Lei...
Moral da História:
Desrespeitar a Lei, para além de não dizer lá muito bem com as promessas de Mudar Valongo, obriga os funcionários a trabalhar fora de horas - provavelmente não remuneradas - e a fazerem entregas ao domicílio.
Além do mais, induz também uma forte suspeita relativamente às motivações do actual presidente ao tentar dificultar o escrutínio deste nebuloso processo e os vestígios do maior caso de corrupção de que Valongo teve conhecimento nos últimos tempos...
Vou analisar os 860 gramas de papel com toda a atenção e um dia destes voltarei ao assunto.